SALA DE ESTUDOS

MODOS DE JOGAR

Essa primeira frase (me refiro a esta que agora você lê e que agora escrevo) abre as portas para nossa Sala de Estudos. Ao entrar, você também sai, nós saímos. Estamos sempre dentro. Esse parágrafo pretende sacudir os Eus da hipnose do texto burocrático, dos códigos pasteurizados, das informações reafirmadas e, de tão cheias, esvaziadas. Pretendemos sair das pretensões demasiadas. Porta aberta para um dentro do texto que é, também, um fora. Reafirmamo-nos como uma dissertação-texto-ensaio que:

  1. Está comprometida com os movimentos do pensamento em uma autoexperimentação que se faz em jogo. Afirmação dos movimentos do pensamento, jogo com o sujeito pensante, para desviar, para afirmar o devir: pensamentos que se apresentaram num pesquisar, foram transcritos em texto pelo corpo que funciona como meio de registro e invenção de outras matérias, coisas, citações, peças de um jogo disposto à novas jogadas;
  2. Este texto tudo inclui (mesmo o que exclui), e não pressupõe, a não ser que a leitora ou leitor assim o queiram, leitura linear, “completa” ou concentrada. Se dispõe como peças numa sala de jogos, num território inventado, onde se apresentam vários caminhos, um labirinto que retorna para os mesmos lugares, produzindo encontros, diferenças na repetição, e também levando para outros lugares alheios a esse texto [assim esperamos];

Os fragmentos nesta Sala de Estudos compõe o nosso Bloco de Notas, e estão ordenados na ordem de sua escrita; trata-se de um registro temporal dos movimentos do pensamento a partir dos encontros com textos, com fatos, e dos feitos da pesquisa – fizemos e somos feitos (possuímos, somos possuídos, somos outros). Em cada nota, no “interior” do texto, são indicados hiperlinks* para outras notas como desdobramento do tema, correlação, ou outra variação. Desta feita, apontamos possibilidades de leituras [outras podem ser inventadas]:

  1. Seguir a ordem das notas (ordem de criação datada);
  2. Seguir a ordem dos caminhos sugeridos (séries divididas em tema “central” e “outros” que atravessam a pesquisa);
  3. Iniciar por um fragmento seguindo para outro apontado em hiperlink, interrompendo a leitura, mas retornando a nota/ponto de leitura do qual se partiu (no início de cada nota são apresentadas as outras que apontam para esta, para que assim se possa retornar ao ponto de onde veio);
  4. Ler até o final da nota, depois eleger outro nota apontada como caminho no texto;
  5. Interromper a leitura sempre que aparecer um tema de interesse, seguindo, sem volta, para outro fragmento, e assim sucessivamente.

Assim, passamos a apresentar alguns caminhos de leitura, que não são mais do que a possibilidade de composições de textos, ou a invenção de uma narrativa. Eles foram criados após a escrita dos fragmentos, são roteiros produzidos a posteriori, assim como os são as criações dos textos da Sala de Textos; tudo inicia pelas notas: pelo o que notamos e anotamos. A partir deste bloco compomos outros textos (estes também com outras matérias alheias a estas) e sobre ele, na releitura, inventamos roteiros que conectam escritos que em sua criação não tinha relação proximal (mas sempre há relação transversal). A escrita, reescrita, leitura e releitura como repetição e diferença, o jogo do eterno retorno, um perspectivar-se no tempo: um jogar com o texto, um jogar consigo: contextos em jogo.

*  Os hiperlinks estão sendo criado no decorrer da pesquisa. Assim, alguns textos mantém uma observação, entre parênteses, sobre links a serem criados ou, simplesmente registrados como “[ ]” ou “[Link]”.

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