SALA DE ESTUDOS

[53] 19/10/2017

Voltar para nota anterior

Notas que apontam para esta: [12] 

 

Nosso exercício de escrita transita entre pensamentos e ideias em variações sobre o corpo humano, o corpo do texto e os demais corpos que também compõe o mundo – e que nos compõe [Link Baudrillard, o mundo nos pensa e a partir disso pensar o ator rede, Latour e outros]. Talvez o que tenhamos em comum entre esses corpos é a linguagem. A própria linguagem que afirma suas existências e que se afirma, a linguagem, ao afirmar o que afirma. Estamos inevitavelmente a repensar o próprio pensamento, que se apresenta também como linguagem (essa voz que conversa comigo por detrás de meus olhos). É também uma questão cara às ciências, às artes e a filosofia [link para o fragmento que cita a questão da linguagem como um problema da filosofia].

Esse ensaio, esse texto-dissertação, portanto, está às voltas com a própria linguagem, neste exercício de releitura da própria escrita, desse jogo consigo mesmo, que é um jogo de linguagem[ ]. Se o Corpo Potencial se insere no jogo através do intelecto, esse jogo acontece através da linguagem. É preciso pôr a linguagem à prova, num jogo de sentidos, num golpe de vista, num golpe baixo.

Por muito tempo, acreditou-se que a linguagem dominava o tempo, que ela valia tanto como ligação futura na palavra dada quanto memória e narrativa; acreditou-se que ela era profecia e história: acreditou-se também que nessa soberania ela tinha o poder de fazer aparecer o corpo visível e eterno da verdade; acreditou-se que sua essência estava na forma das palavras ou no sopro que as faz vibrar. Mas ela é apenas rumor informe e jorro, sua força está na dissimulação: porque ela faz apenas uma única e mesma coisa com a erosão do tempo: ela é esquecimento sem profundidade e vazio transparente da espera (Foucault, 2001, p.241).

Encontrar, buscar, tensionar, inventar esse lugar da linguagem: jorro = jogo. Jogar, lançar. Não um jogo apolínico, um jogo dionisíaco[ ]. Um jogo dissimulado, um flerte, uma dança meio torta, um gesto meio disforme, uma passo coxo. Um andante desequilibrado, e que ainda assim anda cheio de graça. Um andar desequilibrado é uma dança. Uma poética da existência escrita e vivida: desequilibrar para dançar. [talvez link para o louco que professa para as árvores]

Seguir para a próxima nota

© 2024 SALA DE ESTUDOS

Theme by Anders Norén