SALA DE ESTUDOS

[13] 10/08/2017

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Notas que apontam para esta: [19] 

 

Um perigo que precisa ser reconhecido:

Nancy, Derrida e outros filósofos vão chamar a atenção para o que seria o “discurso acerca do corpo”. Como se o corpo tivesse condições para ser interrogado a partir de uma enunciação da experiência sensorial, motriz e imaginária mas, em certas instâncias, se restringisse às amarras do próprio discurso. Um perigo inevitável que precisa ser reconhecido. Talvez esta seja, até hoje, uma das maiores angústias de muitos pensadores e artistas que buscam acessar fenômenos com a ilusão de não lançar mão de qualquer intermediação sígnica. (palavras, objetos, imagens, ações etc) (GREINER, 2006, p.27).

Eis a questão então: ante o perigo, a coragem:

A cabeça nunca cessa de contabilizar: uma aritmética triste e simplista dos prazeres, das ações, das mulheres conquistadas, dos tesouros acumulados, da intensidade dos aplausos, dos golpes que infligimos ao adversário em comparação com os que dele recebemos, das horas passadas na ociosidade. Nada disso concerne ao corpo, mas em compensação chama a atenção para os seus indicadores: os vícios intelectuais se prestam ao discurso. Nós nos drogamos sobretudo de língua e de nomes. Em contrapartida, o valor que se origina do corpo, ou seja, do coração, advém da coragem, do reconhecimento e recusa da finitude. Primeira e única virtude que tem valor e da qual se deduzem as outras, ela dá costas à razão, da mesma forma que a invenção caçoa da crítica. (SERRES, 2004, p.49).

Com Nietzsche, o corpo como a grande razão, o si como sabedoria:

As forças ativas do corpo fazem do corpo um si e definem o si como superior e surpreendente. ‘Um ser mais poderoso, um sábio desconhecido – que se chama si. Ele habita teu corpo, ele é teu corpo’ (…) Em Nietzsche, assim como na energética, chama-se ‘nobre’ a energia capaz de transformar. O poder de transformação, o poder dionisíaco, é a primeira definição da atividade”. (DELEUZE, 1976, p.22).

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