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[57] 31/10/2017

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Escrita sobre e com o jogo. Entre a materialidade da palavra… Palavra enquanto matéria? Uma concretude figurada, pixel em tela de notebook. Especificidades do contemporâneo, restrições impostas pelo tempo, pelo local, pelo processo ao qual se dispõe, agora, qual seja: dar corpo ao improviso. Desta e nesta especificidade, de uma “bola de pilates” na qual sento para escrever (que, em tese, não importa para o texto), de um ponto no mundo, onde se escreve sobre e com educação.

Para pensar uma aula como composição, e esta a partir de restrições aplicadas através das regras de um jogo. Para essa composição, e na especificidade dessa pesquisa, o método do improviso (outros jogos e/ou outros modos de operar podem dar corpo à Educação).

Aqui nos vemos sobre o des/a/fio do improviso. Deste que antevê, sem ver, que sente, que intui. Este, o corpo, num estado, estado de pro/ver. Este CorPotencial. Num fio, nas linhas, nos fluxos, nos desvios: significantes e expressões do que não se pode apreender nesse jogo da vida – e aí se pontua, atua, se é a(u)tor numa educ/ação.

São partes que podem sempre se dividir: a junção é uma invenção compositiva: combin/ação. É tudo invenção: parte = P+arte, ou seja, uma Arte Potencial, que se confunde com uma Educação Potencial enquanto educação que compõe corpos num exaustivo (mas não cansativo) e prazeroso jogo que improvisa sempre uma nova realidade.

Para esse feito (sobretudo, para esses efeitos) apresentamos o Corpo Potencial como uma fantasia de um corpo ao qual nunca se chega (enquanto um limite potencial), mas sempre se está (em seu limiar potencial, sempre possível de ser transpassado). Nossa didática é a do jogo para uma educação para/com o improviso: para improvisar a si e o mundo.

É sempre importante (assim entendemos) afirmar o caráter imanente desse movimento: joga-se com as forças em jogo no território onde se joga. Se improvisa com essas forças (matéria=energia=forças) e se compõe novos corpos. Essa é a nossa fantasia de educação.

De qualquer forma a forma não importa tanto quanto o movimento. De improvisação em improvisação se joga com as formas, se decompõe, modula as energias, modela-se novos corpos, outras combinações, para se compor novamente, e um novo corpo à se refazer, nova/mente. Esse jogo de improviso é um jogo que se criar para improvisar como um jogo. Joga-se com/na educação.

Processoexperimentalemcaminhosdesviantesemdesequilibriosdeformativosemjogocomimprovisonaeducaçãocomocorpoatravésdissotudoqueésempreuma(p)artedeumtodoqueépartedeumtodoqueépartedeumtodoqueé(p).

São recombinações ao infinito dessa sopa de letras. É um exercício de escritura que age sobre si – do corpo da escritura e do corpo do autor (desequilibrado e por vezes coisificado como veículo da linguagem). Perquerer, perguntar, pesquisar: problemática em jogo numa (auto)pesquisa que pesquisa a educação ao pôr em jogo o que já esta em jogo: educador-estudante-pesquisador-pesquisa-educação. É improvisar com essas matérias outras composições, na qual se insere como matéria, para falar com educação, e não sobre ela.

E entendendo nisso tudo um jogo, com o acaso, mas não aleatório: não se improvisa com qualquer coisa, se escolhe a matéria, ou se é escolhido. De fato possui e é possuído: des/medida de uma pesquisa que se autoimpõe aos desvios desequilibrantes para uma educação errante. E nesse erro, nesses restos, nesses caminhos desviantes, dar corpo em texto-improviso com o que passa – permitir que a vida seja o que é: um misto de coisas qual/quer. É a afirmação que difere esse misto: a+firma+ação = m-isto. Para clarear essa equação matemática: a ação firme de afirmar retira a multiplicidade presente em cada coisa fazendo de um misto um isto.

Jogo/restrição para este fragmento: escrever dez parágrafos variando sobre o tema da pesquisa sempre reapresentando as palavras corpo, jogo, improviso e educação.

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