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[56] 19/10/2017

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Entrada é saída, morte é vida: recomeços, sempre começos. Reafirmar a viagem sem partida nem chegada. Retornar ao labirinto[ ], sempre ele, sempre o labor interno. O labirinto como a dobra do fora.

E o exterior perpetuamente recomeçado da morte se levado para a luz pelo esquecimento essencial à linguagem jamais estabelece o limite a partir do qual se delinearia finalmente a verdade. Eles logo se revertem um no outro; a origem tem a transparência do que não tem fim, a morte abre infinitamente a repetição do começo. E o que é a linguagem (não o que ela quer dizer, na a forma pela qual o diz), o que ela é em seu ser é essa voz tão fina, esse recuo tão imperceptível, essa fraqueza no coração e em torno de qualquer coisa, de qualquer rosto, que banha com uma mesma claridade neutra – dia e noite ao mesmo tempo – o esforço tardio da origem, a erosão matinal da morte. (FOUCAULT, 2001, p.242).

Em torno do nosso rosto uma fraqueza, uma fraqueza no coração. Uma fraqueza que no seu limite se torna força, como a água frágil que tudo envolve e ultrapassa. Fazer dessa fraqueza uma potência; potência do desaparecimento e da reaparição, sem nunca deixar de ter existido.

Mas se a linguagem se mostra como transparência recíproca da origem e da morte, não há uma existência que, pela simples afirmação do “Eu falo”, não receba a promessa de sua própria desaparição, de sua futura aparição. (FOUCAULT, 201, p.242).

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