SALA DE ESTUDOS

[70] 12/12/2017

Voltar para nota anterior

 

Para finalizar esse bloco de notas (uma parte dele, uma nota através do pensamento, uma nota em texto, uma nota fragmento de pesquisa-texto), citamos novamente Nietzsche, que se autoreferencia ao citar Zaratustra, no final da introdução do livro O Nascimento da Tragédia, aonde faz sua autocrítica. Cita a si e, sem embargo, cita um outro. Não é Nietzsche quem fala, mas Zaratustra. Se é do texto que se trata (e tudo é texto[link]), é sobre e com ele que seguimos a pesquisa, para desdobrar o pensar-pesquisar acerca dos procedimentos que criamos para ficcionar nossa realidade. Seguiremos com Nietzsche, ainda um tanto, e, ademais, com outros autores. Uma seara densa se aponta nesse momento, mas somos solicitados para um pensar sobre e com o texto, pois é aí que se afirma o pesquisar: que até aqui estamos entendendo como uma certa narrativa que capta do mundo, que inventa com os dados que coleta, e que assim afirma uma realidade. A nossa, interessada numa perspectiva do mundo, e de uma educação, problemática, que cria seus problemas, que joga e com isso inventa sua realidade, e que dança, nas tensões entre forças apolíneas e dionisíacas. E para tal feito, doses frequentes de dança e riso!

Essa coroa de quem ri, essa coroa de rosário: eu próprio me coroei, eu próprio santifiquei o meu riso. Não encontrei hoje mais ninguém que fosse suficientemente forte.

Zaratustra, o dançarino, Zaratustra, o ligeiro, o que acena com as asas, pronto para voar, acenando a todos os pássaros, disponível e pronto, feliz, leviano!

Zaratustra, o vidente, Zaratustra, o ridente, nem impaciente, nem incondicional, alguém que ama saltos e desvios: eu próprio me coroei!

Essa coroa de quem ri, essa coroa de rosário: a vós, meus irmãos, lanço essa coroa! Declarei sagrado o riso: homens superiores, aprendei a rir! (NIETZSCHE, 2005, p.19).

Seguir para a próxima nota

© 2024 SALA DE ESTUDOS

Theme by Anders Norén