Esta nota é a primeira publicada através de um dispositivo móvel (no caso, o celular). Considero me valer deste procedimento para tornar mais dinâmico a produção de notas. Também, pela proposta que estou delineando da Poética da Notação como uma abordagem para pesquisas num espaço coletivo, e que estou planejando para ocorrer como um [trans]curso. Neste caso as notas ocuparão um espaço comum para pensar o pensamento e o não-pensado: para pensar o seu pensamento e o (ou com) o pensamento do outro; para encontrar seu não-pensado no pensamento do outro, ou o não-pensado do outro no seu pensamento; e ainda, outras variações. Considero uma inteligência coletiva (Pierre Lévy tem um livro com esse título), a atualizar virtuais (e virtualizar atuais) num espaço comum de pesquisa(s), onde se arquivam indícios do que passa em torno de um pesquisar: as notas, então, como registro do que foi notado em dado momento, do que é, de alguma forma e por algum motivo (ainda que não consciente) notável para si (e por si, enquanto aquele que perspectiva).
Pretendo propor, como experimento neste [trans]curso, que cada pesquisador(a) note o que lhe parecer notável durante certo período (algo em torno de 30min), para que num segundo momento possamos compor com isso: o que significa produz uma narrativa sobre esses índices, essas notas que, enquanto sobrepostas, interconectadas, funcionam para produzir certa realidade do e no texto.
Importa perceber que as notas são registros feitos em divergentes suportes: texto, fotos, vídeos, áudios, prints de conversas em WhatsApp, de páginas da internet, anexos de PDF de livros, imagens de citações demarcadas em páginas de livros impressos, etc.
Por agora, e para finalizar, publico uma imagem do que se encontra a minha frente, e que me remete a ideia do improvisador enquanto um gato que está a espreita de algo que passa; gato que parece desatento, mas que pula de imediato, quando algo lhe interessa, ou quando uma vontade lhe move (apesar que esses gatos aqui parecem demasiadamente desatentos).
