SALA DE ESTUDOS

[15] 10/08/2017

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Notas que apontam para esta:

 

A distinção da nossa noção de corpo então o divide em dois, sendo o nosso exercício, e nossa “hipótese” – a nossa fantasia, a criação de um corpo potencial como a resolução da “antítese que precisa ser resolvida” entre Dionísio e Apolo, entre cabeça e coração, entre intelecto e músculos, entre teoria e prática. Mas nossa resolução é literária, inventiva, ficcional, sem compromisso fixado com qualquer um outro que precise ser salvo de uma condição qualquer. Contudo, de maneira alguma menosprezamos a potência deste fazer, justamente esperamos que nele possa ser composto um corpo potencial, mas disso obviamente depende o encontro singular com cada leitor. Egoísta, mas não egocêntrico, temos com o prazer da leitura e escrita a potencialização do nosso corpo e a fé (não num plano teológico, mas num plano de imanência) dos efeitos que podemos produzir em outros corpos nesses encontros em educação, em composição, em vida.

Um plano de imanência não dispõe de uma dimensão suplementar: o processo de composição deve ser captado por si mesmo, mediante aquilo que ele dá, naquilo que ele dá. É um plano de composição, e não de organização e de desenvolvimento. (…) Aqui, o plano só retém movimentos e repousos, cargas dinâmicas afetivas: o plano será percebido como aquilo que ele nos faz perceber, passo a passo. Não vivemos, não pensamos, não escrevemos da mesma maneira num e noutro plano. (DELEUZE, 2002, p.133).

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