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[22] 08/09/2017

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O jogo, reorganizado enquanto esporte, opera em larga escala atravessado por dimensões econômicas e simbólicas. O esporte insere os corpos numa lógica da virtuose, do mais em menos tempo, das técnicas em prol da eficiência. Toda uma economia dos corpos voltada para a produtividade: lógica da cultura esportista, lógica da cultura do trabalho.

Nessa lógica, mesmo os jogos de rua, das escolas, do lazer, são capturados pela lógica do esporte, da competição – jogos de destreza e jogos de azar. Se ganha ou se perde. Produção de corpos belos, reprodução de modelos. Apolo comandando o jogo[ ]: multiplicam-se fotos nas redes sociais de troféus: um ponto a mais, uma medalha, um risco mais definido no abdômen. Meritocracia: sem dor, sem ganho. E agradece-se a Deus quando seu time ganha, supondo-se, portanto, que Deus escolhe seu próprio time.

Esses jogos são parciais por um duplo título: porque não ocupam a não ser uma parte da atividade dos homens e porque, mesmo que os levemos ao absoluto, retém o acaso somente em certos pontos e abandonam o resto ao desenvolvimento mecânico das consequências ou à destreza como arte da causalidade. È pois forçoso que, sendo mistos neles mesmos, remetam a um outro tipo de atividade, o trabalho ou a moral, dos quais eles são caricatura ou a contrapartida, mas também cujo elementos integram em uma nova ordem. (DELEUZE,  2007. p.62).

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